quarta-feira, 25 de maio de 2016

Histórias do Brasil (Desenhos animados)


Animação brasileira: 95 anos com histórico de altos e baixos




  • Rascunho mostra personagens brasileiros de 'Piconzé', filme de 1973Rascunho mostra personagens brasileiros de 'Piconzé', filme de 1973
De 1917, quando foi lançado o primeiro desenho animado brasileiro, ao atual sucesso das séries animadas televisivas, a história da animação no país completa 95 anos em 2012. Mas engana-se quem pensa que o país conseguiu manter uma produção acelerada de lá para cá. Falta de interesse e investimentos, além de dificuldades de todos os tipos, transformaram os animadores brasileiros em uma espécie de 'heróis'.
A designer carioca Andreia Prieto Gomes estudou o tema em seu período de faculdade, em 2008. Ela escreveu um artigo sobre a história daanimação brasileira e se focou na história da produção do primeiro longa metragem animado do país, 'Sinfonia Amazônica', um desenho em preto e branco de 1953, que foi produzido por um único animador, Anélio Latini.

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Voltado para o público infantil e sucesso nos cinemas nacionais, "O Grilo Feliz", animação de Walbercy Ribas, levou 17 anos para ser feito. O desenho é fruto de um sonho antigo do animador. Divulgação/Arquivo Pessoal
"Ele fez tudo praticamente sozinho. Foram mais de 500 mil desenhos. Para se ter uma ideia, na mesma época a Disney, que serviu de inspiração para ele, produzia Peter Pan, com centenas de profissionais", conta ela.
O jornalista André Mendes também se interessou pelo tema e decidiu fazer um documentário sobre o desenho animado no Brasil junto com um grupo de amigos. Bastou pesquisar um pouco para perceber que o tema não é muito discutido no país.
"As obras antigas estão quase todas perdidas. Além disso, faltam livros e profissionais que entendam o tema. Sem contar que só agora existe um maior interesse da população sobre a produção dos desenhos", revela André, que durante a gravação do documentário 'Desenhando o Brasil' conheceu Itsuo Nakashima, filho do animador responsável por 'Piconzé', primeira obra colorida do Brasil.
Idealizado e feito pelo imigrante japonês Ypê Nakashima, 'Piconzé' teve relativo sucesso nos cinemas paulistanos no ano de 1972, quando foi lançado. "O filme tem um cangaceiro, um dragão oriental, uma bruxa, que é uma figura europeia. Todos estes personagens vivendo em um ambiente nordestino, e meu pai nunca foi pro Nordeste", conta Itsuo, orgulhoso da obra.
"Meu pai não queria fazer outra coisa sem ser desenho. Ele adorava aquilo. Ele gostava de artes, de pintura. O desenho é mágico e meu pai partilhava dessa visão", lembra o filho do desenhista, que também seguiu a mesma paixão e profissão do pai.
Abaixo você confere maisdetalhes da história do desenho animado no país.

Animação no Brasil

  • Turma da Mônica
  • Publicidade
  • Grilo Feliz e Cassiopeia
  • Séries Para Televisão

Nos anos 80, a ‘Turma da Mônica’ invade o cenário da animação brasileira. Sucesso nos gibis, Mauricio de Sousa não teve dificuldades em agradar ao público com os carismáticos personagens. Em compensação, enfrentou outros tipos de problemas.
  • A 'Turma da Mônica' movimentou o cenário da animação brasileira na década de 80
“Nosso primeiro filme saiu em 81, foi ‘As Aventuras da Turma da Mônica’. Nesse tempo, era como se eu estivesse na idade da pedra. Eu me sentia o Piteco fazendo desenho, já que tudo era difícil. Não havia computador, matéria-prima, acetato. Havia censura, eu tinha que pegar a história da Mônica e submeter aos censores em Brasília”, conta o desenhista Mauricio de Sousa.
Foram quase dez filmes realizados entre 1981 e 1990. Apesar do sucesso de público, produzir um desenho no país era uma realidade muito cara. “Na década de 90 veio a crise financeira do país, não deu pra fazer mais nada. Precisei parar tudo”, contra o criador da Mônica.
Quatorze anos depois, Mauricio de Sousa voltou a produzir animação para o cinema. Em 2004, com o ‘Cine Gibi’, os personagens animados mais conhecidos do país voltaram às telonas. “Precisei desmontar o meu estúdio grande, tinha mais de 100 desenhistas de animação. Fiquei com um núcleo pequeno, que agora está aumentando um pouco. Mas agora, no novo processo, eu prefiro fazer animação usando outros estúdios para pós-produção”

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